E lá estava ela esquecida
perdida no seu sono pleno
a menina que temia a vida
e achava o mundo pequeno.
A solidão lhe aquecia,
tão densa, lhe fazia bem.
E esse sentimento morno
que era o conforto de amar ninguém.
Com seu cabelo desfeito,
e seu destino guardado,
na calma escondida dentro
de seus pequenos olhos fechados,
ela não tinha saída:
a porta estava fechada.
Ela só tinha a vida:
ela tinha tudo e tudo era nada.
Seu mundo era impreciso,
o amor era impreciso,
sua vida era imprecisa
como as suas palavras.
E assim acordou, vazia,
e viu seu mundo em pedaços.
Não havia lugar pra ela naquele mundo,
não havia espaço.
E nesse mundo pequeno,
ela notou não caber.
Mas como pode o mundo
ser tão imenso e não lhe conter?
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